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sexta-feira, 1 de junho de 2012

Os Druidas de Valmenor (1)

Kli Van-Kli, "Os Druidas de Valmenor" (c) 2012 Luís Diferr


Em meados do Sec. I d.C., ROMA e as suas províncias atravessam um período de grave declínio. A corrupção, a iniquidade e o assassinato estão na ordem do dia. O imperador Cláudio, tido por néscio, dará em breve o último suspiro – ou melhor, o último vómito! –, manipulado e finalmente envenenado pela sua quarta mulher, a diabólica Agripina. Por morte “acidental” do sucessor natural, será então Nero, o filho da imperatriz, o novo César.
Mas a rivalidade cartaginesa foi há muito esmagada. Longe vão também os tempos da resistência lusitana e ibérica e a mão armada de Roma estende-se inexoravelmente à longínqua Britannia!…

Nada disso, por enquanto, nos interessa. Basta-nos saber que escritos desaparecidos da Historia Natural de Plínio, o Velho, romano dessa época, nos dão conta da existência na Península Ibérica de uma misteriosa raça, individualista, andarilha e esquiva. Chamou-lhe “cimbalini” (sing. “cimbalinus”), um nome que teria certas conotações mágicas, versão latina da auto-designação “Sin Bea-Linn”.
Certo é que, com o tempo, se perdeu o rasto dos “cimbalini”. No Sec. II já não há referência a eles. Ter-se-ão extinguido? Ou miscigenado com outros povos, deixando definitivamente de ser nómadas e perdendo a sua identidade? Ou viriam eles a fazer parte, com outro nome, das prodigiosas fábulas medievais?

O testemunho de Plínio daria talvez maior significado aos escritos de Lúcio, lusitano semi-romanizado da mesma época, que, num dos raros fragmentos que sobreviveram até aos nossos dias, utiliza o termo “cimbalinus”  associado a um certo Kli Van-Kli.
Por outro lado, curiosamente, as Memórias de um pregador cristão na Britannia do fim do século I mencionam uma velha sacerdotisa galesa, chamada Gwynivea, que sempre permaneceu reticente à conversão. Também ela, com o olhar perdido no passado em que fora uma deslumbrante mulher, terá mencionado esse nome singular: Kli Van-Kli !

4 comentários:

  1. Este fragmento sugere um belo romance de aventuras... Será? ;-)

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    1. O que será que será,
      Que andam suspirando por essas florestas?
      Que andam até cantando por entre pedras e rochas,
      Por entre o arvoredo baço na neblina
      E a margem desse rio de água fria?
      Que nome é esse que ali se ouve,
      Gwynivea, Kli, Samara...

      Aventura, romance, fadas, escritas de Apuleio,
      o idiota da aldeia, e a futura traição da ruiva Slytia...
      O que será, que será que aí virá?

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  2. Vou ficar atenta. Druidas, celtas, textos antigos desaparecidos, mas que deixaram pontas a descoberto, romanização e certamente fadas lindíssimas em paisagens de sonho. Muito bons ingredientes para uma muito interessante aventura. Bj

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    1. Há também alguns indivíduos toscos e de fala torpe...
      Quanto aos Romanos, só aparecem realmente na 2ª aventura desta série. Boa leitura, entretanto!

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