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sábado, 30 de junho de 2012

Os Druidas de Valmenor (30)

Kli Van-Kli, "Os Druidas de Valmenor" (c) 2012 Luís Diferr


Estrelita Rúbia!... Tenho que ir vistoriar os preparativos para a expedição!... – diz Javardo, arquejante, de dentro da sua choupana.
– Que expedição, meu Fogoso Arminho? – responde ela, arfando. – Só mais um pouco, vá!...
– Estrelita... a expedição!... Larga-me ou eu mordo-te!...
Morde-me, meu selvagem! MORDE-ME! MEU PÂNDEGO! MEU FALCÍPEDE!... Assim... AAAHH!…
Do lado de fora, no pátio, todos se divertem a ouvir aquilo. Os homens amontoam coisas e limpam cavalos para a expedição.
No torreão, um dos bruxos põe a cabeça de fora para olhar para o pátio, perguntando a si próprio:
– Mas que gritaria é aquela?!
– O que é que se passa lá em baixo? – pergunta uma voz do lado de dentro. – Quem é que estão a morder?
– Não sei – responde o mago à janela, por onde saem fumos –, mas toda a gente parece muito alegre. E já não é a primeira vez!...
Dito isto, volta para dentro, acrescentando:
– Ritos bárbaros, colega! Ritos bárbaros!...
No piso de baixo, Carcavel, no leito, chupa sofregamente um mamilo da sua jovem amante. Comenta ela:
– Tendes um lugar-tenente mesmo estúpido e bruto, meu Príncipe.
Ele não responde, entretido na sua tarefa. Ela cerra os olhos, de prazer, e murmura:
– É bom!... – Mas, passado algum tempo, face ao afã de Carcavel, recomenda: – Em todo o caso… convém poupar o meu seio, ardente Príncipe.
– Para quem, para o Javardo ou qualquer campónio piolhoso?! – reage ele, duramente.
– Para o vosso filho. – diz ela e Carcavel de imediato se endireita e fita-a nos olhos. – Eu estou grávida, meu Senhor.
Ele levanta-se, desamarrota a sua camisa de dormir e pergunta-lhe, enquanto ela puxa suavemente os lençóis para se cobrir:
– Tens a certeza, Dária?
– Tenho. E estou feliz.
Carcavel faz um sorriso enviesado, dirige-se à janela, observa o horizonte e diz, como se refletisse:
– Bom… Vou ter um pequeno bastardo!...
[CONTINUA]

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